A unha grande do pé direito...
Que grande luta ...
Pô-la em ordem
ou dar cabo dela!...
Nasceu torta e feia
De falso parto.
Em segunda mão.
A primeira encravou-me a marcha,
Aos 16 anos.
Que pesadelo!...
Meteu doutor...até hospital.
Para se ir embora.
Mas não gostou.
Por vingança ou maldade,
O lugar vago
Ficou um deserto em ferida
Que custou a sarar.
Um caso sério!...
Foram as mãos duma santa freirinha
Que com muito amor,
pôs tudo em ordem.
Ao fim duns tempos,
Assomou à porta
Um toco de unha,
Grossa e feia.
Crescia torta.
Parecia bolota.
Que grande luta ,
foi toda a vida,
Para a controlar.
Por fim, tive de a deixar crescer...
Parecia um lagarto à solta
Que me prendia o pé.
Ontem, atirei-me a ela.
Pu-la de molho num alguidar.
Quase a esqueci.
Estrebuchou de raiva
O raio da unha.
Começou a lascar...
A soltar escamas,
Um crocodilo!...
Ferrei-lhe um alicate de aço
E foi de vez,
acabei com ela...
Agora,
Dá gosto olhar meu pé...
Em liberdade...
Fiquei feliz!
Mafra, 29 de Junho de 2013
6h40m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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