sexta-feira, 7 de junho de 2013


Acabou a guerra...

 

Estranhas vistas vejo

da minha janela verde.

Não passa ninguém.

Está tudo dormente.

 

Não se ouvem pássaros.

Só miam gatos

E ladram cães.

Nem o carro do lixo vem.

 

Só o sino das horas,

De hora a hora toca,

Uma a mais que antes tocou.

 

Não passam varinas.

Nem as buzinas dos almocreves.

Nem cavalos à solta,

Só a palha seca aos molhos

Espera por eles.

 

Só as pás gigantes,

Geradoras eléctricas,

Emergindo das copas,

Ao longe,

Rodam lentas

Ao vento norte

Que sopra forte.

 

Nem sequer a tropa fandanga,

Que já não é tropa,

Trepa as colinas,

Como antigamente,

Nas sendas da mata.

A guerra acabou...

E felizmente.

 

Ovar, 7 de junho de 2013

18h4m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

 

 

 

 

 

 

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