Acabou a guerra...
Estranhas vistas vejo
da minha janela verde.
Não passa ninguém.
Está tudo dormente.
Não se ouvem pássaros.
Só miam gatos
E ladram cães.
Nem o carro do lixo vem.
Só o sino das horas,
De hora a hora toca,
Uma a mais que antes tocou.
Não passam varinas.
Nem as buzinas dos almocreves.
Nem cavalos à solta,
Só a palha seca aos molhos
Espera por eles.
Só as pás gigantes,
Geradoras eléctricas,
Emergindo das copas,
Ao longe,
Rodam lentas
Ao vento norte
Que sopra forte.
Nem sequer a tropa fandanga,
Que já não é tropa,
Trepa as colinas,
Como antigamente,
Nas sendas da mata.
A guerra acabou...
E felizmente.
Ovar, 7 de junho de 2013
18h4m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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