Sou poeta...
Meus versos
que meus olhos lêm,
Me dizem que sou poeta.
Nunca o pensei...
Embora o quisesse muito.
Quando na escola
Descobri a poesia,
Lida, tão bem dita
E meditada.
De Miguel Trigueiros,
“O natal das sombras”
A chegarem em cortejo lento...
Os sonetos enigmáticos e belos
De Camões, com suas “elegias” de fazer chorar..
“Sôbolos rios de babilónia...”
De Bocage e Antero Quental...
“Já Bocage não sou...
à cova escura meu estro foi parar desfeito em vento”
De António Nobre...
Fernando Pessoa...
e tantos mais.
Com que enlevo,
me entregava a ouvi-los.
Meus ouvidos ficaram moldados.
Meus olhos sequiosos
Ficaram religiosamente atentos,
Perscrutando tudo.
Sem dar conta,
me fui impregnando,
E de repente,
Minhas amarras presas,
Se soltaram
Como asas ocultas,
E comecei a voar...
Neste universo lindo,
Como se fosse um sonho.
Café Parque, em Ovar,
11 de Junho de 2013
11h15m
Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário