terça-feira, 11 de junho de 2013


Sou poeta...

 

Meus versos

que meus olhos lêm,

Me dizem que sou poeta.

Nunca o pensei...

Embora o quisesse muito.

 

Quando na escola

Descobri a poesia,

Lida, tão bem dita

E meditada.

 

De Miguel Trigueiros,

“O natal das sombras”

A chegarem em cortejo lento...

 

Os sonetos enigmáticos e belos

De Camões, com suas “elegias” de fazer chorar..

“Sôbolos rios de babilónia...”

De Bocage e Antero Quental...

“Já Bocage não sou...

à cova escura meu estro foi parar desfeito em vento”

 

De António Nobre...

Fernando Pessoa...

e tantos mais.

 

Com que enlevo,

me entregava a ouvi-los.

 

Meus ouvidos ficaram moldados.

Meus olhos sequiosos

Ficaram religiosamente atentos,

Perscrutando tudo.

 

Sem dar conta,

me fui impregnando,

E de repente,

Minhas amarras presas,

Se soltaram

Como asas ocultas,

E comecei a voar...

Neste universo lindo,

Como se fosse um sonho.

 

Café Parque, em Ovar,

11 de Junho de 2013

11h15m

 

Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes

 

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