segunda-feira, 17 de junho de 2013


Piano breve...

 

Gosto dos pianos pretos,

de cauda longa,

Como pavões em chama.

Têm garbo.

Abrem as asas.

Enchem a sala.

De luz e som.

 

Suas teclas têm a força

De arrebatar as cordas,

E arrastar o barco,

Mesmo sem velas,

Oceano fora.

 

Soltam acordes,

Com tanto brilho,

Tantos matizes,

Iluminam a noite,

Rasgam as trevas,

Chuva de estrelas.

Fazem luar.

 

Não gosto de pianos breves,

Que não têm cauda.

Parecem janelas,

Sem varanda à frente.

 

Mal se abrem,

É o chão ao fundo,

E tanto ruido...

Sem o marulhar de ondas,

Sem luz própria,

Distraem do céu.

 

Ouvindo “Pearl Harbour” Tennesse

 

Ovar, 17 de Junho de 2013

Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes

 

 

 

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