Piano breve...
Gosto dos pianos pretos,
de cauda longa,
Como pavões em chama.
Têm garbo.
Abrem as asas.
Enchem a sala.
De luz e som.
Suas teclas têm a força
De arrebatar as cordas,
E arrastar o barco,
Mesmo sem velas,
Oceano fora.
Soltam acordes,
Com tanto brilho,
Tantos matizes,
Iluminam a noite,
Rasgam as trevas,
Chuva de estrelas.
Fazem luar.
Não gosto de pianos breves,
Que não têm cauda.
Parecem janelas,
Sem varanda à frente.
Mal se abrem,
É o chão ao fundo,
E tanto ruido...
Sem o marulhar de ondas,
Sem luz própria,
Distraem do céu.
Ouvindo “Pearl Harbour” Tennesse
Ovar, 17 de Junho de 2013
Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes
Sem comentários:
Enviar um comentário