quarta-feira, 19 de junho de 2013


Odisseia dum rio

 

Debaixo duma rocha,

perdida no alto dum monte,

brota uma fonte pura

de água que corre incessante.

 

Desce a encosta,

riscando no chão

o caminho que segue.

Como é natural.

 

Em meandros suaves.

Depois, saltando abrupta,

sem medo, de escarpas,

quando a terra traquina

lhe falta à frente.

 

Espuma de raiva e alegre,

quando bate no chão.

 

Afunda e alastra-se

em lagos que enche.

Parecendo um mar.

 

E, à frente, rompe e avança,

caminha, de novo,

por campos, regados de verde,

banhando, contente quem passa.   

Atravessa e abraça aldeias de gente,

ligadas por pontes.

 

Alimenta incessante, com força,

as pás dos moinhos,

que geram farinha de graça.

 

Em se sentindo cansada,

se estende e alarga,

formando amplos açudes,

com areia de praia,

e sombra de ramos com folhas.

Regalo das gentes,

nas tardes de sol.

 

E, assim, aquele fio tremente,

de água, nascente,

segue e avança,

correndo,

aparentemente sem rumo,

mas sabendo bem onde vai...

 

 

Mafra, 20 de Junho de 2013

7h39m

Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes

Sem comentários: