Meu castanheiro velho
Ficou sem ramos a árvore,
ao fundo do meu quintal.
Não dá sombra,
Não dá fruto.
Nem as aves querem
Fazer lá seus ninhos,
Como era,
Quando eu nasci.
Foi nela que aprendi a trepar.
Para ver mais longe,
Via o Marão, via a Serrinha
E um mar de campos,
Cercados de montes,
Uma várzea de verde,
Até ao pé.
O baloiço preso aos ramos,
Meu avião sem asas,
Para eu voar.
Cobria-se de ouriços espinhosos.
Caíam ao chão
Com castanhas dentro.
Faziam tapete,
Tão saborosas,
Era só pegar.
Com lascas de lousas
E barro ao sol,
Erguia uma fornalha,
Enchia-a de pinhas,
Pegava-lhe fogo...
Era um fartote de graça
De castanhas assadas.
Ouvindo Grieg
Ovar, 9 de Junho de 2013
17h32m
Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes
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