sábado, 15 de junho de 2013


Solidão Negra

 

 

Surdas badaladas me soam fundas.

Como teias de aranha presas

Nos fundos da caverna do meu mar.

 

Retinem sinos, como bombos,

Em longos cortejos negros

De tristeza e de pesar.

 

Sombras amargas me descem presas,

Neste poço fundo,

Quase sinistra sepultura.

 

Ouvem-se trotes secos de cavalos,

Por calçadas de falsas pedras,

Como fardos de palha seca.

 

Retirei-me do outro mundo

Onde tudo corre contra a mão.

Procuro a paz, mesmo que

No céu não haja estrelas,

Minha companheira,

Seja só a solidão...

 

Ovar, 16 de Junho de 2013

7h40m

Joaquim Luís Monteiros Mendes Gomes

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