Pègadas da praia...
Uma pancada leve e invisível
Tocou meu ombro,
Quando me deleitava a ver o mar.
Olhei em volta,
Não vi ninguém.
As nuvens estavam serenas,
Lá no cimo.
Não havia aves.
Só areia fina,
E uma brisa leve.
Fechei os olhos.
Fiquei a ver meu pensamento.
Saído de mim,
Buscando confuso,
Em remoinho...
Levantei-me.
Comecei a andar.
À minha frente,
Havia pègadas frescas.
De pés descalços.
Fui-as pisando,
Muito ao de leve,
Com meus pés nus.
Eram exactas,
Do mesmo tamanho,
À mesma distância,
Pareciam minhas.
Fui-as seguindo,
Para lá das dunas.
Até fora da praia.
Continuava deserta.
Só as ondas azuis,
À sua vez,
Continuavam tecendo
Rendas de linho,
Mantas de espuma,
- quem as mandava?...
Todas diferentes,
Tão caprichosas,
Mal assomavam,
Logo se iam,
Sem deixar pègada.
Só as
minhas,
Se quedavam sós,
Como a chamar meus pés,
Em nova visita...
Ouvindo “ Adágio” de Albinoni
Ovar, 16 de Junho de 2013
15h5m
Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes
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