domingo, 16 de junho de 2013


Pègadas da praia...

 

Uma pancada leve e invisível

Tocou meu ombro,

Quando me deleitava a ver o mar.

Olhei em volta,

Não vi ninguém.

 

As nuvens estavam serenas,

Lá no cimo.

Não havia aves.

Só areia fina,

E uma brisa leve.

 

Fechei os olhos.

Fiquei a ver meu pensamento.

Saído de mim,

Buscando confuso,

Em remoinho...

 

Levantei-me.

Comecei a andar.

 

À minha frente,

Havia pègadas frescas.

De pés descalços.

 

Fui-as pisando,

Muito ao de leve,

Com meus pés nus.

Eram exactas,

Do mesmo tamanho,

À mesma distância,

Pareciam minhas.

 

Fui-as seguindo,

Para lá das dunas.

Até fora da praia.

Continuava deserta.

 

Só as ondas azuis,

À sua vez,

Continuavam tecendo

Rendas de linho,

Mantas de espuma,

 

- quem as mandava?...

 

Todas diferentes,

Tão caprichosas,

Mal assomavam,

Logo se iam,

Sem deixar pègada.

 

Só as minhas,

Se quedavam sós,

Como a chamar meus pés,

Em nova visita...

 

Ouvindo “ Adágio” de Albinoni

 

Ovar, 16 de Junho de 2013

15h5m

Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes

 

 

 

 

 

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