sexta-feira, 21 de março de 2014

as pontes à chuva...

Amarrei meu cavalo leal...

Tudo aceitou,
Com um olhar doce e brando.
Ficou-me esperando.
Paciência de Job.

Viu-me partir
Subindo a encosta do monte,
Onde fui meditar.

Sacudindo as moscas,
Sua cauda dançando,
Brilhando ao sol.
Dizendo adeus,
Seguro que hei-de voltar.

Que amizade tão pura.
Uma bênção de Deus.
Deixei-lhe um molhinho de ervas
Ficou-as comendo,
Os olhos brilhando,
Ficou tão feliz.

Se contenta com pouco.
Nada me exige.
Se sente contente
Comigo às costas.

Nunca uso esporas.
Só lhe faço sinais.
Me entende tão bem.
Vai para onde eu for.

Com tamanha doçura,
Me enterneço de amor,
Ó que amigo ali tenho...
Sempre pronto a servir
Como se fosse seu deus.

Se ouve seu nome,
Abana as orelhas,
Se põe a dançar,
Como se fosse um menino,
À beira do pai...

Meu cavalo amigo,
Sempre gentil.
Tudo me dá.
Basta pedir.

Mafra, 21 de Março de 2014
19h23m

Joaquim Luís Mendes Gomes 

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