sexta-feira, 14 de março de 2014

atleta para tudo...

Ser atleta...

Atingimos a era
de se ter de ser atleta,
se queremos sobreviver.

Na escola.
Bastava a quarta classe!
Naquelas escolas tão sóbrias,
Só sala e mapas à volta,
Um quadro de ardósia,
Negro. Se escrevia com giz.
Se limpava e, de novo outra vez.

Letras e números. Contas.
Somar e tirar.
Também dividir...
As mais complicadas.
O resto. O quociente.
Os que vão e que não...
Era tudo tão quente.
A mente ficava a brilhar.

As cópias. Um caderno de linhas,
Era um carinho.
Uma pena de bico.
Tinteiro de porcelana,
Branquinho
Onde se molhava o bico.
Primeiro meu nome.
A data...7 de Outubro de 1947!
Tudo começou.
Sempre naquele dia.
Nunca falhava.
Tudo era certo. A geografia.
Caminhos de ferro e rios.
As serras. As terras mais recônditas,
Portugal continental, Insular
E Ultramarino.
Até do Brasil!...
Escrever sem erros!
Era sagrado.
Até 3...
Depois...Ai! A palmatória saltava...
A psicologia dormia...
Pedagogia?...
O bom senso do mestre
Chegava e sobrava.
Saíamos gente capaz. De olhos abertos.
Preparados para a luta
Da vida...
Com harmonia...Respeito
E feliz!...

E hoje?...
Na universidade.
Licenciaturas...
Mestrados...
Tudo comprado...
Exames ao domingo!...
Por encomenda!
A pronto e fiado!...

Chega tudo embalado.
Se carrega o botão.
Fica tudo à frente!...
Mas a cabeça está árida e seca
Como o Seará!...
E é tudo uma treta!?...

Ouvindo André Rieu em Telpelhof...( aeroporto desactivado, no meio de Berlim. Um espaço público, de festa e recreio, permanente, em liberdade total...espectacular!...no youtube

Mafra, 15 de Março de 2014
6h7m

Joaquim Luís Mendes Gomes

Sem comentários: