domingo, 2 de março de 2014

não são precisas asas...

Não são precisas asas...

Não são precisas asas
Para se ser feliz.
Não é preciso ter anéis nos dedos,
Carregados de oiro
Ou diamantes.

Nem duma secretária de mogno,
E de um candelabro real
Pendente sobre ela.

Nem duma farpela em cetim
Mui bem talhada,
Justinha ao corpo,
Revelando bem todas as formas,
Duma maneira luzente,
Elegância em forma,
De estontear quem passa.

Nem de quem só me quer bem
E lembra,
Quando precisa de mim.

Nem de me retirar do mundo
Para um deserto,
Nem que seja oásis,
Com água fresca,
Cheio de tâmaras...

Nem duma caverna de sonho
Para me esconder...
Nem da fragrância eterna
Duma catarata em chama,
Que se esvai sem fim...
À luz do luar!...

Só quero ter,
A paz do amor,
Que jorra do céu,
Tão abundante...
Dá para mim
E também para ti.

- basta pedir...
Sem hora marcada!
Nem requerimento!

E jamais tem fim.

Ouvindo Sibelius, concerto para violino e orquestra
Mafra, 3 de Março de 2014
5h15m

Joaquim Luís Mendes Gomes

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