Tremenda Burla...
Comemos do pão
Que o diabo amassou,
Ao nos obrigarem a ir para a Guiné,
Nos anos sessenta,
Arriscando a vida...
Sem a ter vivido.
Muitos a deixaram lá!...
Nós aqui chegámos.
Fomos recebidos
de braços abertos
Por nossos pais e irmãos.
E renascemos de novo.
Veio a esperança.
Lutamos para ser alguém.
Enfrentamos a luta.
Como pudemos.
Houve triunfos.
Houve fracassos.
Chegamos ao topo.
Criámos família.
Vieram os netos.
Tirámos da boca
Para o resto da vida,
Quando já sem forças.
Acreditando no pacto
Com o poder instituído:
Em vez de mil...
Recebíamos novecentos.
A diferença ficou nas mãos
De quem mandava.
Com a palavra de honra,
E a da Constituição...
De que o receberíamos,
Na hora do descanso merecido...
Sempre assim foi...
Mesmo com Salazar...
Aquele tirano!...
Afinal um Santo...
Nunca pensámos que
Desta ralé de governantes,
Saídos da vil democracia,
Que o vinte e cinco pariu...
Sairiam salteadores...
Bem engravatados,
Com ar de puros...
Mas, realmente,
Uns execráveis humanos...
Uns infames!
Nem nascer mereciam...
Nada respeitam.
Assaltam os indefesos.
Adoram o capital
Que lhes enche o papo...
Uns homicidas...velados
Pior que os nazistas...
Sem câmaras de gás!...
Vão para o inferno,
Grandes burlões!...
Ouvindo Rachmaninoff concerto nº 2
Mafra, 13 de Março de 2014
22h2m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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