Pesca milagrosa...
Peguei no barco,
Pela noitinha,
e fui para o mar.
Estava tão calmo.
Parecia morto.
Só o motor rugia
E atrás ficava uma cauda
Duma rica princesa.
Fui avançando.
Com os olhos na terra.
E naquele sítio,
Entre as duas estrelas,
São sinaleiras,
Estaquei o barco.
Lancei a âncora.
Estendi as redes
E pus-me à espera.
Baloiçando,
Como menino
No seu pequenino berço.
Veio um golfinho
De olhar brilhante,
Beijar meu barco.
Que bom sinal!
Aqui há pesca...
É só esperar.
E a luz da lua,
Escorria luar,
Enquanto dentro do barco,
Tudo fazia para arranjar espaço.
Tudo dizia, iria ser grossa
Aquela faina...
Puxei a rede.
Tão brandamente,
E o golfinho,
À minha beira,
Sorria contente.
Enquanto o fundo do barco
Se enchia repleto e fresco
Com aquela pesca milagrosa.
Acompanhando Paco de Lúcia, no Aranguês...
Mafra, 10 de Março de 2014
9h9m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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