quarta-feira, 12 de março de 2014

meus dedos...

Meus dedos...desajeitados

Se estes dedos desajeitados,
breves,
soubessem tanger nas cordas 
Duma viola, 
As palavras que me vão na alma, 
inundaria o mar e encheria o céu,
De tanta cor, 
como de dor corre em mim, 
rio profundo.

Atravessei o céu,
Dossel flamejante,
Provei do vinho mais primoroso,
Que a uva dá.

Provei do mel.
Fui sol e fui luar...

Procelas tenebrosas,
com vagalhões e mostrengos agigantados,
esfrangalharam em farrapos
a manta dourada que me cobria.

A partir daqui,
serei o segundo breve que passa
e deita fora.
Cinza ou folha morta.

Mas, no fundo,
Espero...tenho fé...

Um dia, raiará de novo a primavera.

Voltarão flores
e o perfume do sol choverá em cataratas.

Minha pátria, minha vida
Serão um mar de sol!...

Acompanhando Camané, mais uma vez...

Mafra, 12 de Março de 2014
7h12m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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