terça-feira, 4 de março de 2014

meu cavalo branco

O meu cavalo branco...

Fui comprá-lo à feira de Santarém.
Era um ginete arguto e manso.
Olhar brilhante,
Quase falando,
Como gente grande,
Amor à primeira vista.

Trouxe-o para casa.
Vinha-mos ambos de mão dada.
Entrei no quinteiro,
Mostrei-lhe os aposentos.
Muito asseados,
Abrigados do frio,
Virados a sul.
Com luz natural,
E muita palha dourada.

Relinchou de contente.
Uma voz de cavalo,
Doce e timbrada.

Soltei-o no prado,
Com erva.
Deu tantas voltas,
Em arcos voltaicos,
Crinas ao vento,
Apareceu-me a arfar,
Abanando a cabeça,
E patas da frente,
Batendo no ar.

Senti-o feliz.
E amigo.

Agora crescido,
Um corpanzil valente,
Espera por mim,
Cada manhã.
Parece uma criança
Que quer passear e correr.

Salto-lhe para o dorso.
Já com os arreios.

Saímos a galope,
Por barrocas e sendas,
Montes e vales,
Corremos a aldeia,
Saudando quem passa.
- lá vai o “condor”
Com seu patrão!
Parecem voar...de felizes.

Ouvindo Bach por Hélène Grimaud
Mafra, 5 de Março de 2014
6h37m
Joaquim Luís Mendes Gomes

Sem comentários: