Vidraças ao sol...
Chove lá fora.
Minhas janelas fechadas,
Me abrigam da chuva.
E ela, atrevida,
Se mete comigo.
Escorrendo nos vidros,
Rios de lava,
Sedentos de quê?...
Leio-lhe os sulcos,
Que poemas mais lindos,
Ela escreve para eu ler!...
Falta a música.
Os pássaros escondidos,
Não cantam...
Oiço baladas de som,
Perdidas no ar.
Hinos de sombra,
Clamando pelo sol.
Asas paradas,
Se esquecem...
A preguiça as tolhe
E querem voar.
Solto-lhe as amarras,
E prendo-as ao vento.
Fico a vê-las bailando contentes,
Poisando no chão,
Debicando sementes
Da lavra que queria crescer...
Minhas janelas fechadas
Banham meus olhos,
De lágrimas de sons,
Poesia a ferver.
Me recolho cá dentro
E começo a escrever...
Mafra, 23 de Março de 2014
15h43m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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