A força da sedução...
Arma de dois gumes,
Tão potente,
Umas vezes com garras,
Outras, ténues fios,
Quase invisíveis,
Em teia, larga,
Reflectindo o sol,
Pintada de arcos-íris.
Ambas seguram,
Ambas prendem.
Para libertarem presas,
Doutras garras, funestas,
Sufocantes. Desgastantes.
Que semeiam a inutilidade.
E consomem.
Ou para embalarem
Nossos passos,
Alegrarem nossos olhos
Pintando o mundo
Às cores, em gradientes,
Que tocam no belo,
Quase infinito,
Acendem talentos,
Inatos,
Que dormiam escondidos,
No fundo da alma.
Suas ondas fazem de mares bailantes,
Onde vagueiam caravelas de sonho,
Prenhes das mais puras fantasias,
Mas, realmente,
Só miragens.
Vibram ao vento,
Fazem silvos,
Tocam piano,
Tão suave,
Embalantes,
Como cordas bambas.
Ou sereias.
Vão-nos cercando,
Ao de longe,
Em arcos largos,
Tantas linhas,
Que se apertam,
Laços brandos,
Fazem festas
Fazem carícias,
Vão tapando todas as frestas,
Ninguém entra
Ninguém sai...
São cadeias.
É preferível o mar largo,
Mesmo com vagas,
Seguindo um rumo,
Bem firme e melhor traçado,
Cruzeiro do sul,
Estrela do norte.
Com amarras presas
A um porto de rochas,
Abrigado dos ventos,
Seguro, mesmo infinito!...
Acompanhando Rimski-Korsakpv: Scherazade no youtube
Mafra, 11 de Março de 20145h53m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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