O meu terreiro...
Varri meu terreiro amarelado,
De terra barrenta,
À volta da casa,
Voltada a nascente.
Tem canteirinhos ,
Com muros baixinhos,
Feitos de lascas de pedra,
Com muitas flores,
Sempre a luzir.
Fazem ruelas,
Como se fossem colares,
Com pérolas
Que cheiram a sol.
Podei as trepadeiras
Que me enfeitam
De verde,
Às vezes flores,
As ombreiras das portas
E das duas janelas,
Escondem ninhos,
Casinhas de amor,
Das andorinhas
Que estão para chegar.
Colhi as camélias,
Que estavam a murchar,
Com o frio gelado,
Deste inverno sem fim.
Lavei o lago em laje de loisa,
Que um chafariz alimenta,
Mesmo ao centro.
Ficou a esbordar.
Semeei-o de peixes,
Pintados às cores,
Pus-lhe alimento,
Ficaram a bailar.
Sentei-me num banco de pedra,
À volta da mesa redonda,
Pertinho do lago,
Onde costumo ler e escrever.
Leve e sereno,
Expus-me ao sol
Que acabou de nascer
Soltei meu pensamento,
Deixei-o voar
E fiquei-me à espera...
Ouvindo concerto de violino de Sibelius, a partir do you tube
Mafra, 25 de Março de 2014
7h20m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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