A caminho de Berlim
Cá vamos.
Valadolid, a primeira etape.
Primeiro, a nossa beira interior.
Esplendorosa. Um alto céu azul,
Povoado de nuvens brancos,
Quais paquetes imponentes,
Sem ondas,
Só velas ao vento,
Sulcando o mar.
A terra extensa,
Ora montanhosa,
Coberta de rochedos nús,
E escarpas doces.
Aqui e ali, um lugarejo
garrido,
De telhados rubros,
Com gente mansa.
Vários túneis soberbos,
Escalando montes.
Nos restituíam o céu.
Aqui, era uma estrada lisa,
Como serpente,
Através dos campos
E ao longe, a linha de ferro,
Escura e assente,
Devorando silêncios.
Em alerta pronto
A um só comboio
Que ainda não passou.
Depois, Espanha.
Um deserto de chão,
Multicolor, da cor da terra,
Tal qual nasceu.
E , ao longe, atrevidos dentes,
Quais feras famintas,
Abocanhando as nuvens,
Como inocentes presas
Que jorravam luz.
Castelo Rodrigo,
Aceso,
Trujillo castrejo,
Tordesilhas,
Zamora...
E tantos nomes da História
Que a história escreveu...
Com tinta de sangue,
Até o Douro, irmão,
Deslizando suave,
Rompendo as terras,
A dizer-nos adeus.
Por fim a noite,
Com seu manto escuro,
Envolvendo a terra,
Como uma terna mãe.
E no fim, como presépio de luzes,
Valadolid...
Que dia lindo!...
Valadolid, 8 de Novembro de 2013
21h50m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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