quinta-feira, 28 de novembro de 2013

caixinha de marfim...

Caixinha breve de marfim...

Nas bordas de Berlim,
Vasta urbe, de casario baixo,
Muito nobre,
Mergulhado em mares de florestas,
Já sem feras e sem renas,

Há um bosque,
Que borda um lago,
Muito calmo
E caprichado,
Com palácios, palacetes,
E zimbórios
Muitas igrejas rubras,
Bem ao estilo
Das histórias do passado.

Não muito longe,
Já com traços mais modernos,
Muito sóbrios,
Como aldeia calma
De colmeias,
Achei um cantinho,
Tão aconchegado,
Como um ninho,
Dá para as copas,
Ora verdes,
Ora rúbias,
Ora, brancas,
D’alamedas,
Cheias de tílias
E carvalheiras altas.

Por ali voam,
Mansamente,
Muito altivos,
Independentes,
Como se donos,
Casais de corvos negros
E algumas pombas.

Essas doces...
Muito ténues.


De vez em quando,
Há uma ou outra
Que me visita
Na varanda,
Onde escrevo
E, tão serenas,
Me arrolham
Os mesmos versos,
Naquela língua
Que eu conheço
Como se minha...


Ouvindo Hélène Grimaud,

Berlim, 28 de Novembro de 2013
9h10m

Joaquim Luís Mendes Gomes

Sem comentários: