Negra e só nas terras d’África...
Tinha tranças pretas
Aquela moça morena
De olhos tristes.
Viu-o partir
Banhada em lágrimas.
Bendita a guerra que o fez chegar.
Durante dois anos,
Que feliz foi...
Um príncipe encantado,
Que se enamorou dela
E a fez sonhar.
Tantas noites belas,
Na tabanca em festa,
Mesmo de colmo,
Uma fogueira a arder,
Com batuque
Em chama.
À luz do luar.
No seu ventre de amor,
Nasceu –lhe um tesouro.
Seria moreno,
De olhos azuis.
Um rosto de cor,
Entre o branco e o negro.
Um botão a abrir,
Em primavera em flor.
Foi o fim da guerra
Que o fez partir.
Jurando promessas
De um dia voltar...
Cruel força do destino,
Tão fatal em os prender...
Como de cego em os separar!...
Que será feito dela
E do fruto do seu amor?..
.
Não há nada no mundo
Nem de dia,
Nem de noite,
Que os faça esquecer.
Ele, longe, no fim do mundo
E ela, negra,
Nas terras d’África...
Berlim, 22 3 de Novembro de 2013
15h2m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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