sexta-feira, 22 de novembro de 2013

monte palha seca...

Monte de palha seca...

No meu quintal,
Juntei um molho de palha seca.
Tomei as devidas precauções.
Nela deitei minhas desilusões da vida.
Ateei-lhe o lume...

Nunca meus olhos espantados,
Viram tamanha explosão...

Nem o vesúvio em chama.
Não da palha,
Que só arde e queima.

Foi da lenha negra,
De sete dezenas de anos...

As da mocidade,
Mesmo verdes,
De tão puras,
Eram só pinhas.

Só fogo limpo...
Não faziam fumo.

As da tropa
Eram fulminantes.
Cheiravam a pólvora
E carne queimada...
Da guerra suja...

Mas as piores
Foram as do trabalho,
Uma selva em chama,
Devoradora e vil...
Onde o carvão a arder
Foi a dignidade humana...

Quando afinal,
Esperava respirar o ar
Da liberdade,
Com uma aposentação
Conquistada a ferro e fogo...
Veio a metralha infame
Destes traidores...
Uns incendiários...
Nunca fizeram nada!

Berlim, 22 de Novembro de 2013
21h17m
Joaquim Luís Mendes Gomes




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