Tudo miragem...
Saí de casa à deriva.
Sem ser alpinista,
Queria subir seguro,
Ao ponto mais alto do mundo.
Larguei do fundo.
Ao pé da pradaria,
Onde cresciam livres,
Molhos e molhos de flores.
Cantavam melros.
E as abelhas,
Em labor perene,
Iam e vinham,
Pressurosas,
Carregadas,
Das colmeias.
Tudo era calmo,
Eterno,
Na sequência natural
Das leis da natureza.
O rio corria manso e fresco,
Em serpentina verde,
Pelos campos,
Entre as cortinas altas
De salgueiros.
Nas encostas, brandas,
Pastavam soltas,
Sem pastor,
Alapadas,
Ruminando,
Esparsos bandos de turinas.
Das sinetas,
Lá no alto,
Hora a hora,
Tão certas,
Como um pêndulo,
Vinham horas,
Tão contadas,
-menos uma
para voltar para casa...
Mas, no horizonte,
Lá no cimo,
Havia estrelas,
Tão brilhantes,
Sedutoras,
Insistentes,
Irresistíveis,
A toda a hora,
Me chamavam...
Para a descoberta
De novos mundos.
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Tudo miragem!...
Ouvindo Grieg,
Berlim, 18 de Novembro de 2013
7h24m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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