A minha cédula...
Encadernei de verde vivo
A minha cédula de nascimento,
Quando fiz dez anos.
Com tanto orgulho...
Com tanta esperança...
Mesmo a certeza
De que toda a gente era
Como os meus pais.
Só queriam meu bem.
Cresci. Aprendi na escola,
Da primária à universidade...
Que o meu País era um Estado
Bem governado
Por gente honrada.
Confiei-lhes a vida
Ao alvorecer da idade.
Indo para a guerra,
Por meu dever.
Subi a pulso e cheguei bem alto.
Pelas minhas forças.
Servi o melhor que soube e pude...
Jamais admito agora,
Que me venham roubar
Esses mesmos que,
Por artes sórdidas,
Se sentam à mesa,
Onde decidem tudo,
Sem respeitar nada
Do que o Povo mandou...
Só me falta rasgar a cédula.
Berlim, 15 de Novembro de 2013
17h40m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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