Nos ramos nús...
Caíram as folhas,
Levadas pelo vento.
Ficou o tronco e os braços,
Caiados de preto.
Parecem morrer.
Espalhadas no chão,
Parecem papeis de jornais,
Carregados de letras
Já não servem ninguém.
A não ser para pastel.
Enchem valetas.
Esperam carretas
Que as hão-de levar.
Serão sepultadas na vala comum.
E eu que as vi, dançando ao vento,
Bailarinas de verde,
Tingidas de luz!...
Regressarão ao húmus da terra.
Como nau catrinetas,
Hão-de voltar.
Com histórias verdinhas,
Nervuras e letras,
Que o vento vai ler...
E cantar.
Quando a primavera voltar.
Ouvindo um violino e um piano chorando...
Berlim, 27 de Novembro de 2013
15h51m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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