terça-feira, 26 de novembro de 2013

vale das estrelas mortas...

Vale das estrelas mortas...


Lancei-me de paraquedas
Duma nave espacial,
Das que fazem carreira diária,
Pelas alturas do universo...

Rodeado de estrelinhas brilhantes,
Faziam rendas, tão acesas,
Como em feirinha de Natal.

Passei por montanhas,
Em cordilheira,
Eram estradas,
Eram serpentes,
Sobre os cumes,
Onde giravam
Cometas, planetas,
E  asteróides,
Uns luzentes,
Outros apagados,
Mais perdidos
Do que eu...

Dobrei os cabos,
Promontórios,
Alcantilados,
Cavernosos,
Com faróis,
Que alumiam lá no céu.

Atravessei buracos,
Com ozono,
Sem ozono,
Eram negros,
Mais que túneis
E fui dar um grande vale.

Sem portas,
Sem fronteiras,
Fumegante.
Com velinhas
Dum campo santo...

Lentamente,
Quase a medo,
Bem preso
À minha nave,
Poisei nele.

Eram alamedas longas,
Infinitas,
A perder de vista...
Ali jaziam mortas,
Todas as estrelas,
Longos milénios,
Foram génios de luz,
Que o Criador deixou morrer...

Ouvindo Brendan Perry

Berlim, 27 de Novembro de 2013
8h31m
Joaquim Luís Mendes Gomes







Sem comentários: