quinta-feira, 21 de novembro de 2013

atirei-me a um poço...


Atirei-me a um poço...

 

Não foi de cabeça.

Não sou louco.

De pés para baixo.

Abri os braços,

Pronto a nadar,

Se encontrasse a água.

 

Vi-me a voar

No infinito,

Incessantemente.

Como um condor.

Correndo o mundo,

Ao sabor do vento,

Perdido do tempo,

Ora sonhando,

Ora sorrindo,

Também chorando...

 

Subo e desço.

Para lá das nuvens.

Fito o sol.

Me abraço à lua.

 

Sou ave canora.

Canto de tudo.

Grave ou tenor,

Conforme a hora.

Não tenho mestre.

 

Há uma fonte sem fim

Que não nasce em mim,

Um poço profundo.

Só me alimenta,

Nunca me afoga.

 

Teve um começo

E não tem fundo...

 

Berlim, 21 de Novembro de 2013

11h35m

Joaquim Luís Mendes Gomes

 

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