Fome de amor...
Andamos a vida inteira
Procurando amor...
Carecemos dele
Como a flor do sol.
Quando nascemos,
Lá muito atrás,
Não sentíamos essa necessidade.
Tudo nos vinha a tempo,
Abundante,
De todos os lados
E a toda a hora.
À medida que fomos crescendo,
E a caminhar por nós,
Fomos-lhe sentindo a fome
E passamos a correr-lhe atrás.
Para não sofrer...
O que é natural.
Mas é esta fome
Que nos traz de pé...
O problema está só
Em saber escolher.
O caminho certo
Que lá vá dar.
Tantas opções à vista,
À nossa mão.
Até confundem.
Há quem escolha o poder...
Tira cursos.
Faz-se atleta.
Um pugilista...
No final de tudo,
Torna-se tirano.
De quem todos fogem
Outros a fama
E não olham a meios.
Faz-se cantor.
Faz-se escritor.
Futebolista.
Lá bem no topo,
Se sente um vazio
E pobre.
Outros, o prazer d’ amigos,
Sem os saber escolher.
Lançam-se mundo fora.
Por todos os cantos.
Resplandescentes de luzes.
De estonteados,
Ficam perdidos no mundo.
Enquanto houver só
Quem pense em si,
Só queira receber,
Sem ter que dar,
Mesmo que faça doer,
E isso é que é amor,
Tudo no fim...
Vai desaguar
Na desilusão da fome.
Mafra, 1 de Novembro de 2013
16h57m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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