domingo, 24 de novembro de 2013

delicadeza...

A delicadeza...

Arma discreta,
Que a natureza nos deu.
Corta fundo
Que nem bisturi.
Tudo desarma. 
Ninguém lhe resiste.

Por mais duro e empedernido,
Não há indiferença,
Por mais gelada,
Que ela não derreta.

Está inscrita e sempre à mão.
Basta usar no momento certo.
Arranca sorrisos.
Abre portas, mesmo de ferro.

Tão desprezada,
Mesmo esquecida.
Pouca gente a usa.

Em vez da perfídia,
A indiferença mortal.
Fica mais cara
E nada resolve.

A besta-homem,
Infelizmente,
É quem a comanda.
Mas sem a cabeça.

Por isso, este mundo
Está como está...

Virado do avesso.
Nunca esteve pior.

Berlim, 24 de Novembro de 2013
2021m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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