sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

coloridas tiranias...

Coloridas tiranias...

São coloridas as nossas tiranias.
Em vários tons.
Desde o pálido
Ao espesso e grosso,
Estilo “ceuacescu...debudapeste”

A primeira é rósea.
Brava.
Logo ao nascer.
Assim vingou.
E assentou arraiais.

Pela mão do mestre,
Sem dar cavaco,
Meteu tudo num saco,
E foi oferecer de bandeja,
À união europeia...
Uma rata sábia!...

Em troca, vieram de lá,
Às toneladas,
Milhões e milhões de euros,
Para pagar depois...
Ao juro da lei.

Que euforia!...
Fez-se uma Expo...infernal...
Com tamanho gozo...
Mudou-se o rosto
À capital.

Fez-se o euro-2004...
Com tanto gáudio,
Gigantescos estádios da bola,
Em todos os cantos.
A populaça gostou...
Chamou-lhes um figo...
Se convenceu...
Tudo era um Brasil...
Da cor da rosa!...


Depois foi o pior!...
Vieram os “laranja”
Cheios de fome...
Entraram na praça
Com tanta sanha.

Rasgaram SCUTS, à borla,
Auto-estradas mestras,
A torto e a eito...
Ao sabor do vento.
Venderam as pescas,
Por tuta e meia...
Com suas barcas e redes...

Todas as frotas,
Incluindo as comerciais...

A agricultura, em crescendo constante,
Por toda a parte,
Levou cá um corte...

Foram oliveiras...
Foram videiras...
Eucaliptais aos centos...
Em vez dos pinheiros
E carvalhais!...

Encerraram-se empresas de grande porte...
Para dar a vez aos espanhois...
E outros que tais...
Foi nas faianças,
Foi nas industriais...
Onde se dava carta!...
Tudo fechou,
Em catadupa
E Zé povinho...tão lorpa,
A ver batendo palmas...
Desde que dinheiro fácil
Que uma banca falsa,
Lho pusesse na conta,
Ao preço da chuva!...

Foi uma folia!...Uma bebedeira!

Cresceram gigantes,
Da nota!...na clandestinidade!...
Tudo sugaram...
Para os Off-Shores!...
Paraísos fiscais...
Com a batuta dos FDP
Que tinham poder,
De alto a baixo...
Sem prestar contas...
Tudo valeu.
A Justiça morreu
Para os crimes brancos,
De alto coturno.
Um regabofe...
Que nos pôs de tanga...
À beira da morte...

Entre as clareiras,
Apareceu a azul.
Uma cor celeste!..
Tanta inocência!...
Formiguinha branca...
Furando tudo,
Sem se dar conta,
Como bicho da conta...
Quando se foi a ver,
Tudo lorado!...
Foram sub-marinos!...
Foram rotundas,
Foram empresas privadas
A devorar os lucros,
Por serviços públicos,
Que pertencem ao Estado!...

Tantos piratas!...
Nunca se viu
Em Portugal!...
Até uma TROIKA!...
Aquele aborto!...
Para nos desgraçar.
E está tudo morto!?

Berlim, 13 de Dezembro de 2013
9h9m
Joaquim Luís Mendes Gomes



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