Por fim, fui pirata...
Desiludido de tudo,
Vesti-me pirata
E fui pelo mundo.
Entrei nas cidades,
Largas avenidas,
Vazias de gente,´
Pejadas de carros.
Entrei nas igrejas,
Envoltas de incenso,
Nevoeiro cerrado,
Onde não apetece viver.
Escalei as montanhas,
Cobertas de neve,
Tolhido de frio,
Desci para os vales.
Cerquei as aldeias,
Com rosto de paz.
Vi mais feras que lobos,
Tive medo e fugi.
Subi às favelas,
Reinos sem lei.
Vivendo da cola,
Inferno a ferver,
Onde se não pode roubar.
Entrei nas florestas,
Procurando a fresca,
Vi-me enrolado
Em tantas lianas,
Por pouco
Era um bombo de festa.
Cansado de andar,
Voltei para casa,
Vesti o meu fraque,
Tomei as lunetas...
Hoje sou filósofo pedinte,
Sem cheta...
À espera que caia a pensão
Que me dão de gorjeta!...
Um pirata escondido
Mas muito feliz...
Berlim, 3 de Dezembro de 2013
14h15m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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