quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

pelas ruas da amargura e horas da morte...




Pela hora da morte!...

Não fujo.
Mas corro, caminho e avanço,
Por esta estrada pejada de faunos,
Que querem assaltar-me
E matar...

Vivi honrado, cumprindo,
O que vem no contrato assinado,
Em nome de nós,
Na hora em que viemos ao mundo.

Nada escolhemos.
Nem os Pais, nem os reis
Que mandam em nós
E na terra que nos coube na rifa.

Por ela lutamos,
Arriscamos a vida...
Na melhor das idades.

Aos que morreram...
Ó fatalidade!...
Nem saudades lhes choram!...

Aos que voltaram,
Pelo menos aos demais,
Puseram-lhes escadas,
Cheias de espinhos,
Para treparem na vida.

Sugaram-lhe a vida,
Pagando-lhes mal...
Em prole de alguns...
Que nunca fazem nenhum
E gozam à farta...

E, agora, afinal,
Na fase da paz
E do fruir almejado
E merecido,
Duma reforma sem fome...

Vá de assaltar...assaltar...
Sem piedade nem dó...
Em troca da morte.
Por esses chacais do inferno
Com caras de sobas...
Reais!

Ouvindo “Astúrias” de Albeniz

Berlim, 13 de Dezembro de 2013
4h46m
Joaquim Luís Mendes Gomes

Sem comentários: