Como um condor...
Circulo na minha bicicleta inglesa,
De mudanças ao cubo,
Um selim comprido e largo,
Um guiador metalizado,
Com a chave das mudanças.
E um grande espelho.
Vou mais feliz que se fosse num jaguar.
Vermelho.
Da cor do sangue
De quem contribuiu, com seu suor,
Para o patrão luzir.
Sem nada fazer.
Meus cabelos voam ao vento.
Minhas pernas compridas
Fazem de asas.
Como se a bicicleta
Fosse um moinho.
No alto dum monte
Que eu desço louco,
Em correria de jovem.
Minha camisa aberta à frente,
Deixa bater a força do vento.
No meu peito nu,
Um forno em brasa.
Meus braços estremecem firmes,
Como se fossem remos...
E a bicicleta, ainda mais louca...
Gosta e ainda mais corre.
Parece um corcel.
Quase me mata...
Meu rosto arde,
Chaminé ardente...
Lançando fumo
Como um vapor...
No mar.
Me sinto livre,
Como um condor.
Nos Andes.
Voando à solta,
Sem querer poisar...
Ouvindo Brendan Perry
Berlim, 29 de Dezembro de 2013
22h2m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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