O mistério da minha aldeia...
Minha terra verde
Fica num vale largo e fundo.
Por cima e muito alto,
Passa uma ponte...
Toda às cores.
Só se vê quando faz sol.
Ninguém na aldeia
Sabe donde ela vem
Nem para onde vai.
Nem as cegonhas,
Por mais afoitas,
Lá conseguem chegar.
Sente-se que ali vai gente...
Cada pessoa avança a sua ideia,
Cada uma a mais diferente.
Até já encheram um balão,
Como o de são João
Para a ver de cima...
Grande malogro.
O balão rebentou
Não ficou ninguém para contar.
O medo cresceu.
Há quem diga
Que ela vem do outro mundo.
E para onde segue?
Há quem afirme que é uma ilusão.
Mas, se os olhos a vêm,
É porque é real.
De vez em quando passam aviões
Mas sempre por baixo.
E com binóculos,
De ver ao longe...
‘inda fica maior
E mais distante...
Grande mistério!
Para a gentinha boa
Que nasceu e vive
Na minha terra,
E nunca dela conseguiu sair...
Morrem mortinhos
de passar por ela...
Ouvindo Brendan Perry
Berlim, 4 de Dezembro de 2013
22h42m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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