sábado, 28 de dezembro de 2013

os meus tinteiros ...


Os meus tinteiros...

Preciso de renovar os meus tinteiros.
Foram a zero.
Não vou comprá-los ao supermercado.
Vou pedi-los directo,
À natureza,
Em estado puro.

O preto,
Vou pedi-lo à floresta negra,
Que de negra,
Só tem o nome.

O vermelho, em sangue,
Vou enchê-lo, grátis,
No oriente,
Ao Mar Vermelho.

Para o amarelo,
Vou direito à capoeira
E com gemas de ovo,
Vou enchê-lo até esbordar.

Para o azul,
Eu tenho o mar...
É só encher
E trazer para casa.

E o verde?
Atravesso o mar
E vou ao Amazonas,
Onde mora a floresta.

Quanto ao branco,
É só pedi-lo ao pai natal
Quando voltar para o ano,
Da Gronelândia...

E a mistura de todos,
Para atingir todos os tons,
Fica a cargo da impressora,
Nem precisa de botões...

E pintarei o dia
Ao nascer do sol.
E pintarei a noite
Com a lua luzir.

E o azul do mar
A espelhar o céu.
E até a alma dos anjos,
Se eu lhes visse as asas...

Berlim, 28 de Dezembro de 2013

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