Os meus tinteiros...
Preciso de renovar os meus tinteiros.
Foram a zero.
Não vou comprá-los ao supermercado.
Vou pedi-los directo,
À natureza,
Em estado puro.
O preto,
Vou pedi-lo à floresta negra,
Que de negra,
Só tem o nome.
O vermelho, em sangue,
Vou enchê-lo, grátis,
No oriente,
Ao Mar Vermelho.
Para o amarelo,
Vou direito à capoeira
E com gemas de ovo,
Vou enchê-lo até esbordar.
Para o azul,
Eu tenho o mar...
É só encher
E trazer para casa.
E o verde?
Atravesso o mar
E vou ao Amazonas,
Onde mora a floresta.
Quanto ao branco,
É só pedi-lo ao pai natal
Quando voltar para o ano,
Da Gronelândia...
E a mistura de todos,
Para atingir todos os tons,
Fica a cargo da impressora,
Nem precisa de botões...
E pintarei o dia
Ao nascer do sol.
E pintarei a noite
Com a lua luzir.
E o azul do mar
A espelhar o céu.
E até a alma dos anjos,
Se eu lhes visse as asas...
Berlim, 28 de Dezembro de 2013
Sem comentários:
Enviar um comentário