No tempo em que os animais falavam...
Havia discursos rectos,
com poucas palavras,
se dizia muito
e certo.
Depois de perderem o dom da fala,
O bicho-homem
Ficou com o monopólio
De dizer asneiras,
Quantas mais melhor...
Porque nas assembleias,
Deixaram de estar os animais...
Donos do senso.
Nada escapava...
Ao menor dislate,
Caíam-lhes em cima,
Sem dó nem piedade...
Agora, quanto mais asneiras ...
Mais intelectual...
É o bichano.
Mais alto sobe e manda,
Como se vê,
Na nossa assembleia de pardais...
Onde viceja a burrice esperta
Todo o ano...
Vão-se uns...
Logo aparece outro bando,
Com fome...de rato
E de roer os nossos bolsos,
Como formigas térmitas...
tudo devoram...
Que só gostam
só deixam o prato...
Ouvindo Wagner
Berlim, 30 de dezembro de 2013
20h51m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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