Vou-me lançar às ondas do mar...
Qual traineira de um só motor,
Azul e vermelha na popa
E amarela à ré,
Espero a maré baixa,
Quando o mar é um lago manso,
Me lanço,
E vou, mar adentro,
Sem qualquer destino.
Vou...e vou...
Descrevo arcos de volta larga,
Sinuoso,
Até ao fim da estrada.
Não levo redes.
Só minha caneta, para remar,
Se o motor parar.
Me espraio ao sol,
Ondas do mar me embalam
E fico a sonhar
Que este mundo
É um brinquedo
E eu já sou de novo criança,
Estrela do mar.
Não vejo gaivotas,
Só ondas soltas,
São almofafas, para poisar minha cabeça.
Fico a sonhar numa loucura,
Me lançar ao mar,
Para sempre...não mais voltar.
Prefiro viver,
Lá bem no fundo,
Onde não ruidos,
Tudo é silêncio....
Onde as flores bailam
Mesmo sem cheiro,
onde as abelhas,
Não podem poisar...
Enquanto minha traineira,
Fiel e amiga,
Espera dormindo
Que eu volte pescar.
Ouvindo Wagner
Berlim, primeiro dia de neve, aos 5 de dezembro de 2013
21h24m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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