De cacos de garrafas...
Estivessem as estradas todas
Cobertas de cacos de vidraça.
Só os caminhos em terra nua,
Que cobrem o mundo,
Fossem veias,
Por onde o cortejo da humanidade,
Caminhasse,
Através dos vales e colinas,
Das serras e planícies.
Não haveria fumaradas ,
As nuvens choveriam chuva limpa
Do pó e da gangrena
Poluente que tudo corrompe
Até as nascentes de água,
Limpa e pura,
Que semeiam rios
E os lagos de verde.
Haveria mais tempo
Para toda a gente viver
Em mansa liberdade,
Sem correrias,
Meditando em si
E nos irmãos da mesma sorte.
Que as maratonas do mundo
Fossem só as de São Silvestre.
Sapatilhas nos pés,
Peito ao vento,
Passo a passo de gigante,
Com os braços vibrantes
Como remos.
Haveria paz...
Da paz nasceria mais justiça
Para saciar a humanidade.
De feliz,
Até poderia andar descalça...
Ouvindo Wagner...
Berlim, 6 de Dezembro de 2013
9h31m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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