domingo, 15 de dezembro de 2013

rio Mondego...

Rio Mondego


De gotinhas de orvalho,
Caídas dos céus,
Às pinguinhas,
Ao pé das estrelas,
Nasceu uma fontinha,
Debaixo das pedras.

Saíu uma biquinha,
Um fio de água.
Começou a correr.
Como um saltitão,
De pedra em pedra.
Saltou por ladeiras.
Rasgou por ravinas.
Cobriu-se de patas,
E como um lagarto,
Serpenteou por campinas.

Alargou por açudes,
Como um lago de cisnes.
Escondeu-se nas sombras.
Fez clareiras,
Cheias de areia.
Como praias a sério.

Deu de beber às manadas,
Cheias de sede.
Dançou com salgueiros.
Canaviais à porfia.
Chegou a Coimbra...
Verdadeiro doutor.

Entoou tão lindas baladas.
Encantou a cidade.
Numa feira de sonhos.
Garraiada em festa.
E seguiu adiante.

Por entre arrozais.
Por charcos de lama.
Semeou uma figueira,
Carregada de mel.
 Vieram as gentes,
De todos os lados,
E uma cidade nasceu.
À beira do mar.
Deram-lhe o nome.
Figueira da Foz!...

Ouvindo Brendan Perry

Berlim, 15 de Dezembro de 2013
14h26m
Joaquim Luís Mendes Gomes




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