quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

parti de caravela...

Parti de caravela...

Parti de caravela,
À procura dum mundo novo.
Onde o sol brilhe igual,
Ao pobre e rico,
Desde que honrado,
Crente ou não,
Novo ou velho,
Seja qual for a cor da pele...

Rumei ao largo.
Atlântico fora.
Ao sabor do vento.

De dia, um céu azul
E o sol a arder.

De noite, um céu estrelado,
Com luar de Agosto.

E eu à proa,
Olhando ao longe,
Sem rumo certo.

De repente, tudo mudou.
O mar irou.
Ameaças do vento
Me levaram para norte.
Rumo à costa,
Em ponto ignoto.
Meti-me num estreito,
Com terra à vista,
Dum lado e doutro.
Segui em frente,

Paquetes gigantes,
Catedrais ardentes,
Pareciam cidades.

Cargueiros vermelhos,
Montanhas de aço,
Pareciam formigas do mar,
De alto porte.

Montanhas escarpadas,
Longos fiordes.
Pintados de verde.

E, de novo, o mar...sem fim.
Cinzento e livre.
E, rumando ao sul,
Velas desfraldadas,
Por força do vento,
Onde iria eu?...

Fui dar a Hamburgo,
A um golfo tão largo,
Como se fosse um lago
E ali atraquei.

Pus os pés em terra
Lancei-me a caminho.
E sem o saber,
Vim dar a Berlim...
Sei que a caravela
Está à espera de mim,
Quando quiser voltar...

Berlim, 26 de Dezembro de 2013
22h14m
Joaquim Luís Mendes Gomes



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