Este rio da vida...
Rio caudaloso
Ou simples fio de água,
Nascida da fonte,
Deslizando do monte,
Tantas voltas
E quedas,
Se cai e levanta,
Se enche e despeja,
Quase vazio,
Morrendo de sede,
E volta a alargar,
Faz-se um mar de verdura,
Com sombras e praias,
Vai a montante,
Sempre correndo,
Nas águas profundas,
Gorgolhejando orações,
Nas águas à tona,
Expostas à luz...
Contando histórias lindas
Das águas passadas
Que ficaram para trás...
Bailando ao sol,
Refulgem-lhe cardumes de prata,
Que sobem e descem à solta,
Como pássaros, vadios,
Voando nos ares,
Se regala em repouso sadio,
Debaixo dos choupos
Que o resguardam do sol...
Se banha de leite,
Nas noites de Agosto,
Com a lua rainha,
Reinando no céu.
Às vezes, sofre e agoniza
De ataques piratas,
Carregados de mixórdias e pês,
Que lhes invadem as margens,
Quase as matam...
A força é tal...
Se libertam de novo,
Saltando ousadas,
Cataratas escarpadas,
Renascendo das cinzas,
Com os golpes de sol...
Se desdobram em abraços,
Prenhes de amor,
Às aldeias perdidas,
Regando-lhes os campos,
Verdes de milho
E arrozais em flor.
Alegre e feliz,
Cansado e perdido
De tanto andar,
Vai lançar-se,
De braços abertos,
Nas ondas do mar...
Ouvindo Grieg
Berlim, 27 de Dezembro de 2013
4h58m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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