Pomba branca...
Pomba leve de asas brancas,
Voando livre ao sol.
Poisa suavemente sobre as telhas
E varandas das casas,
Casulinhos de segredos.
Inocente, devassa vidraças,
Vê tachos e panelas,
Nas bancadas estreitas
Das cozinhas.
E fumaradas das lareiras,
Com más saídas.
E arruaças da crianças,
Ora alegres,
Ora endiabradas,
Correndo pelos corredores.
Se comove com cenas albas de ternura,
No recato cerrado e quente,
Dos casais , em delírios,
Efervescentes de amor.
Vê os cães de trela presa, impacientes,
Enquanto os gatos, em morna soalheira,
Se espreguiçam, sobre os beirais.
DE vez em quando, vai ao chão.
Onde debica e leva,
O que seus olhos de lince,
Sabem bem
O que para nós não vale,
Mas para si é bom...
Ouvindo Brendan Perry
Berlim, 8 de Dezembro de 2013
8h7m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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