sábado, 7 de dezembro de 2013

pomba branca...


Pomba branca...

 

Pomba leve de asas brancas,

Voando livre ao sol.

Poisa suavemente sobre as telhas

E varandas das casas,

Casulinhos de segredos.

 

Inocente, devassa vidraças,

Vê tachos e panelas,

Nas bancadas estreitas

Das cozinhas.

 

E fumaradas das lareiras,

Com más saídas.

E arruaças da crianças,

Ora alegres,

Ora endiabradas,

Correndo pelos corredores.

 

Se comove com cenas albas de ternura,

No recato cerrado e quente,

Dos casais , em delírios,

Efervescentes de amor.

 

Vê os cães de trela presa, impacientes,

Enquanto os gatos, em morna soalheira,

Se espreguiçam, sobre os beirais.

 

DE vez em quando, vai ao chão.

Onde debica e leva,

O que seus olhos de lince,

Sabem bem

O que para nós não vale,

Mas para si é bom...

 

Ouvindo Brendan Perry

 

Berlim, 8 de Dezembro de 2013

8h7m

Joaquim Luís Mendes Gomes

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