terça-feira, 28 de maio de 2013


Batuque no meu quintal

 

Armei uma tenda grande

No meu quintal.

De caqui da tropa.

 

Pequei num tambor

E pus-me a tocar.

Aquele batuque,

Soturno e longo,

Bem à moda da Guiné.

 

A passarada à volta,

Apardalada,

Foi a primeira.

Debandou em alvoroço.

 

Por momentos,

Fiquei só eu

E o agudo latir

Dos cães do povoado.

 

Foi só um pouco.

Um a um,

Depois em grupo,

Foram chegando,

Espavoridos,

Primeiro, os vizinhos,

Depois, de mais longe,

Os mais curiosos.

 

Ainda assim, eram vizinhos.

 

Não levou muito.

Uma magna assembleia,

Vinda de longe e perto,

Se prantou a ouvir

O trinado forte

E toques simples

Que não dizem nada...

São só batuque!

 

 

Ovar, 28 de Maio de 2013

8h12m

Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes

 

 

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