quarta-feira, 1 de maio de 2013


Estamos à espera de quê?...

 

Há salteadores prantados

No nosso quintal.

Roubam-nos os trastes

Onde dormimos.

 

Saqueiam as heranças

De nossos avós…

Nem o pão que guardamos

Com tanto suor,

Eles poupam…

 

Tudo lhes serve

Para levar nos bornais.

 

E nós assistimos,

Impávidos e serenos,

Como se tivéssemos morrido.

 

Só ladram os cães…

Ninguém lhes resiste…

Parecemos drogados.

Perante os chacais.

 

Não há caravinas,

Nem há varapaus.

Uma cambada de anginhos

É o que somos.

 

Onde está nossa honra?...

E o sangue de heróis

Que nos corre no corpo,

Que deixaram os pais?...

 

Parecemos uns vermes,

Uns caracóis.

 

Só restam paredes,

E covas bem fundas,

Onde iremos parar.

 

Nem sinos a rebate,

Tocam nas igrejas!...

Ó cemitério

De palácios reais!...

 

Ovar, 1 de Maio de 2013

20h 58m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

 

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