Estamos à espera de quê?...
Há salteadores prantados
No nosso quintal.
Roubam-nos os trastes
Onde dormimos.
Saqueiam as heranças
De nossos avós…
Nem o pão que guardamos
Com tanto suor,
Eles poupam…
Tudo lhes serve
Para levar nos bornais.
E nós assistimos,
Impávidos e serenos,
Como se tivéssemos morrido.
Só ladram os cães…
Ninguém lhes resiste…
Parecemos drogados.
Perante os chacais.
Não há caravinas,
Nem há varapaus.
Uma cambada de anginhos
É o que somos.
Onde está nossa honra?...
E o sangue de heróis
Que nos corre no corpo,
Que deixaram os pais?...
Parecemos uns vermes,
Uns caracóis.
Só restam paredes,
E covas bem fundas,
Onde iremos parar.
Nem sinos a rebate,
Tocam nas igrejas!...
Ó cemitério
De palácios reais!...
Ovar, 1 de Maio de 2013
20h 58m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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