Mar morto...
Está tão calmo o mar
Que tenho ao pé.
Não há ondas,
Não há vento.
Não tem algas.
Tudo nele dorme
Em sono profundo.
Era tão viçoso e rico!...
Era tão viçoso e rico!...
Até as pedras
Que lhe venho lançando.
Caem secas,
Ficam à tona e ao sol,
Como um deserto.
Pior que um charco, à sombra,
Onde há rãs...e folhas mortas
E se adorna de flora verde.
Parece um jazigo
De almas penadas,
Que o céu não quis acolher.
Não me canso de lançar pedras...
Pode ser que a chuva venha em temporal
E a vida volte a renascer...
E as minhas pedras
Se tornem conchas.
Ovar, 29 de Maio de 2013
22h20m
Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes
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