Como um poema…
Tudo é fugaz.
Até o poema que custa a escrever.
Letra a letra.
Se vai soletrando.
Como um fio de água tímido,
Que vem escorregando
No vidro seco da janela ao vento.
Ora à esquerda.
Ora à direita.
Se se sustem,
Engorda e enche
E logo avança quase em queda livre.
E cai ao chão.
Seca e desaparece.
O poema é igual.
Soma e soma,
Se derrama em ideias de cor.
Ora reluzem. Ora se escurecem.
Como sombra cinza.
Se desvanecem.
Se expõem à luz, com brilho.
Umas vezes soam a sino.
Outras a choro de alma,
Como o lume brando
Que arde calado.
Basta uma pequena brisa
E ele se esvai sem história
Nem deixar rasto.
Um cometa no céu…
Ovar, 10 de Maio de 2013
15h26m
Joaquim Luís M. Men
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