sexta-feira, 10 de maio de 2013


Como um poema…

 

Tudo é fugaz.

Até o poema que custa a escrever.

Letra a letra.

Se vai soletrando.

Como um fio de água tímido,

Que vem escorregando

No vidro seco da janela ao vento.

 

 Ora à esquerda.

Ora à direita.

Se se sustem,

Engorda e enche

E logo avança quase em queda livre.

 

E cai ao chão.

Seca e desaparece.

 

O poema é igual.

Soma e soma,

Se derrama em ideias de cor.

Ora reluzem. Ora se escurecem.

 Como sombra cinza.

Se desvanecem.

Se expõem à luz, com brilho.

 

Umas vezes soam a sino.

Outras a choro de alma,

Como o lume brando

Que arde calado.

 

Basta uma pequena brisa

E ele se esvai sem história

Nem deixar rasto.

Um cometa no céu…

 

Ovar, 10 de Maio de 2013

15h26m
Joaquim Luís M. Men

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