O meu gatito cinzento
Sem marca.
Veio dum bando,
Sem pai registado.
Fez-se cá a casa.
Num instante.
Agora é sua.
Não há cortina ou cadeira
De seda ou de napa,
- ó que desgraça!...
Que escape as suas dedadas .
Salta-me para o colo.
Indiferente ao que faça.
Está-se nas tintas.
Seus longos bigodes,
Varrem-me as faces,
Me cheira o nariz.
Oiço rom-rons ritmados,
Na sua guela.
Parecem tambores.
Seus olhitos vivaços
Seguem o rato e as letras
Que correm
No écran luminoso
Do meu computador.
Atiro o ao chão.
E ele, danado,
Dá mil voltas à casa
Em correria louca.
Segundos passados,
Sem vergonha na cara,
Teimoso,
Aí está de volta,
Em cima dos ombros,
Sem espera de vez.
Ovar, 29 de maio de 2013
7h52m
Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes
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