Deserto no face book
Estive toda a manhã à janela do face book
e não vi ninguém a aparecer.
Que se terá passado no mundo?
O fim não foi. Porque ainda aqui fiquei
Para esperar quem não vem.
Terá sido a falta do sol?
Da chuva que voltou a cair
Morrinhenta,
Teimosa…
Já deveria ter-se ido.
O deserto está desesperado
Com areia a arder de sede.
Só os cardos secos ali vegetam.
E há lacraus famintos,
Sempre à espera de ferrar
Nos passos incautos
Dos camelos que como eu
Têm de andar,
Mesmo com sol a pino.
Prefiro as larvas.
Desdobram os mortos
E fazem viver os vivos
Que vegetam no face book….
Ovar, 10 de Maio de 2013
13h31m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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