sexta-feira, 10 de maio de 2013


Deserto no face book

 

Estive toda a manhã à janela do face book

e não vi ninguém a aparecer.

Que se terá passado no mundo?

 

O fim não foi. Porque ainda aqui fiquei

Para esperar quem não vem.

 

Terá sido a falta do sol?

Da chuva que voltou a cair

Morrinhenta,

Teimosa…

Já deveria ter-se ido.

O deserto está desesperado

Com areia a arder de sede.

 

Só os cardos secos ali vegetam.

E há lacraus famintos,

Sempre à espera de ferrar

Nos passos incautos

Dos camelos que como eu

Têm de andar,

Mesmo com sol a pino.

 

Prefiro as larvas.

Desdobram os mortos

E fazem viver os vivos

Que vegetam no face book….

 

Ovar, 10 de Maio de 2013

13h31m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

 

 

 

 

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