quarta-feira, 8 de maio de 2013


Filhos sem pais…

 

O deserto é deserto.  

As plantas são cactos

com espinhos.

 

Os animais são répteis.

Sopram veneno

E rojam no chão.

 

No ar, só insectos

De asas vidradas.

Só zumbem e caçam

Pelo fresco da noite.

 

Nem as pedras escapam.

Em areia se fazem.

Com os golpes do sol.

 

Às vezes, ocultas

Nas fracturas da terra,

Espreitam as fontes,

Das veias dos montes.

 

Nascem palmeiras

Das sementes esquecidas

De vidas passadas.

 

Servem de abrigo

Como oásis do nada.

E de estalagem sem tendas

Aos camelos que sobram

E vêm perdidos

Da mãe-natureza.

 

Ovar, 8 de Maio de 2013

16h9m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

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