Filhos sem pais…
O deserto é deserto.
As plantas são cactos
com espinhos.
Os animais são répteis.
Sopram veneno
E rojam no chão.
No ar, só insectos
De asas vidradas.
Só zumbem e caçam
Pelo fresco da noite.
Nem as pedras escapam.
Em areia se fazem.
Com os golpes do sol.
Às vezes, ocultas
Nas fracturas da terra,
Espreitam as fontes,
Das veias dos montes.
Nascem palmeiras
Das sementes esquecidas
De vidas passadas.
Servem de abrigo
Como oásis do nada.
E de estalagem sem tendas
Aos camelos que sobram
E vêm perdidos
Da mãe-natureza.
Ovar, 8 de Maio de 2013
16h9m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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