sexta-feira, 31 de maio de 2013


O esplendor do fim...

 

Estremeço ao pensar na morte

E na porta que ela abre,

Para onde dá?

Será o fim?...

Será o começo?...

Outro caminho?...

Ou só o fim de tudo?

 

Ponto final.

Acabou-se o bom.

Acabou-se o mal.

 

Se assim fosse,

Para que serviu viver?

Tanta noite triste,

Tanto raiar de dia,

Com dor e fome,

De pão ou amor,

 

Tanta hora alegre,

De quem sente o sol

E o calor que dá sem fim

Para tudo e todos...

 

Uma sensação feroz

Me rumina funda,

Vem lá de trás.

Como uma sombra,

Perene,

Sem cor ou negra

Me persegue,

A cada hora lenta

Que o tempo dá.

 

Neste cortejo imenso,

Onde tu e eu

Seguimos.

 

Olhos prá frente,

A tudo atentos,

Com gosto ou fel...

 

Pesado enigma,

Que faz tremer,

Se só em mim

Eu quiser confiar.

 

Quem não tem em si,

Bem lá no fundo,

Um recanto seu,

Que é só seu...

Onde se guarda tudo?

Ninguém de fora,

Entra...

Apenas eu?...

 

De olhos fechados,

E pensamento aceso,

Pela esperança e fé...

Um outro sol presente,

Oiço e vejo,

Como em pleno dia,

Que o nosso fim

É a casa de Deus...

 

E só assim sereno.

 

Ouvindo requiem aeternum de Mozart

 

Ovar, 1 de Junho de 2013

Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes

 

 

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